quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Direção Frustrada

Desde os 16 anos que eu ansiava pelo momento de pegar no volante e dirigir um carro, mas a desculpa era sempre a de que eu ainda não tinha idade suficiente. Esperei os 18 e cheguei a acreditar nas promessas de que meu presente de aniversário seria a tão sonhada carteira de habilitação, tudo em vão. Entrei na casa dos 20 e ainda continuo como passageira.

Apesar da vontade de sair pelas ruas no banco do motorista, tenho que concordar com a desculpa de que a emissão do documento em Santarém é muito caro, colocando na ponta do lápis, são quase três salários mínimos de uma vez só, o que pesa no bolso de qualquer um. Sem contar a burocracia que chega a desanimar os iniciante, as filas quilométricas que se instalam na frente da sede do Detran são verdadeiros desafios, muitas vezes é preciso chegar ainda de madrugada para conseguir vaga no dia. Tudo caminha a passos muito lentos.

Ao invés de ficar esperando uma folga no orçamento, resolvi agir por conta própria e decidi ter aulas de direção com meu namorado, afinal quando entrar para a autoescola já vou ter noção de alguma coisa.

A primeira aula foi mais para reconhecimento do território, aprendi local e funções específicas de acelerador, freio, embreagem, marchas, luz, pisca, enfim, detalhes básicos que até então eu desconhecia completamente. Já no segundo dia veio a parte prática e a minha animação que estava nas alturas foi interrompida pelo estresse que se instalou naquele ambiente de quatro rodas. Eram muitos comandos para controlar ao mesmo tempo e eu como uma impaciente invicta, ficava furiosa quando não conseguia fazer tudo certinho. Muitas vezes concentrava minha atenção naqueles três enormes botões embaixo do volante e esquecia de olhar para frente, enquanto meu pesado pé maltratava o acelerador ou simplesmente não pisava no freio quando era preciso. Eu me enrolava toda para sair das curvas, mas pelo menos a direção do veículo eu consegui controlar.


Aliado a isso tudo, do lado de fora do carro mamãe estava apreensiva, falava o tempo todo o que eu devia fazer, a preocupação estava estampada em seu rosto afinal era a primeira vez que eu tentava dirigir e a rua de casa não apresentava condições favoráveis, pois a prefeitura havia realizado recentemente mais um daqueles trabalhos que ninguém entende a finalidade e que só contribuem para o aumento da poeira.

Não agüentei a pressão e pedi arrego, minha paciência já estava no limite por não conseguir avanços. Eu descontava minha raiva em instrutor, que calmo e prestativo, ria da minha cara pelo fato de eu querer ter o desempenho do Felipe Massa logo na primeira aula.

As tentativas de dirigir cessaram por aí, nunca mais tive vontade de pegar no volante. Só de pensar nas irritações eu prefiro manter o namorado e esperar pela boa vontade de papai para pagar minha habilitação.

Um comentário:

impressões disse...

dirigir é chato. tira logo a tua carteira pra dirigires pra mim qd eu tiver preguiça :p