domingo, 6 de julho de 2008

O QUASE

Ainda pior que a convicção do não, e a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu ainda está vivo, quem quase amou não amou.Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. Pergunto-me, ás vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distancia e frieza dos sorrisos na frouxidão dos abraços, na indiferença dos “Bom Dia” quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência, porém, preferir a derrota prévia á duvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque embora quem quase morre está vivo, quem quase vive já morreu.
Autoria atribuída a Luís Fernando Veríssimo, mas que ele mesmo diz ser de Sarah Westphal Batista da Silva.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

CRIANÇAS E ADOLESCENTES SÃO ALVOS DE ABUSO SEXUAL

Por Daniella Lopes, Kedma Araújo e Natashia Santana

O abuso sexual consiste em impor relações sexuais através de violência física e/ou psicológica; pode ocorrer ou não contato físico. A violência física acontece através de toques e da relação sexual em si. A psicológica ocorre através de gestos, palavras obscenas e ameaças. Normalmente crianças e adolescentes são alvos deste tipo de violência.
De acordo com ALLENDER (1999), 29% dos abusos ocorrem entre membros da família e 60% por alguém conhecido da vítima. Tais estatísticas não são exatas, pois muitos casos não são registrados devido o medo que a criança ou adolescente tem de expor o acontecimento, dificultando a investigação e conseqüente divulgação dos dados estatísticos.
A maioria dos casos ocorre dentro do meio familiar, envolvendo parentes e conhecidos. A criança vítima fica confusa ao desconhecer o que lhe está acontecendo, por isso não conta a ninguém o que se passa, pois não consegue discernir a situação em que se encontra. No caso do adolescente, é mais comum a denuncia, pois o mesmo é consciente do crime.
De acordo com AZEVEDO e GUERRA (2000) o agressor tem grande probabilidade de ter sido abusado sexualmente quando criança, ou ter sido vítima de maus tratos físicos e psicológicos e o álcool muitas vezes é o agravante.
O abuso sexual deixa marcas no desenvolvimento da criança ou adolescente causando predisposição a fobias, ansiedades e depressão, podendo também ocasionar transtorno de personalidade. Portanto, após o abuso, os responsáveis devem procurar ajuda especializada, caso contrário, em alguns casos, a vítima terá de conviver com alterações no comportamento como:Evitar todo e qualquer contato sexual ou interesse excessivo por sexo; insônia; pesadelos; depressão; isolamento do meio social; comportamento sedutor; sentir o corpo sujo; medo de ter algo errado com seu corpo; agressividade; tendência ao suicídio, dentre outras mudanças comportamentais.